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Foto do escritorDaniel Miranda

NOBODY: tudo por uma pulseira de gatinho

Ninguém viu esse filme chegando e ninguém esperava que ele fosse tão bom! Estamos falando de NOBODY, filme dirigido pelo cineasta russo Ilya Naishuller (Hardcore: Missão Extrema) e roteiro de Derek Kolstad (John Wick). Essas informações são muito importantes, guarde elas.



O filme começa com uma linha temporal bagunçada com o Hutch do presente com atitudes que ninguém entende, sugerindo que o filme vai nos explicar exatamente como ele chegou ali.

Hutch é realmente “ninguém” e todos os trocadilhos possíveis com essa palavra são explorados. Infelizmente a tradução do nome do filme para português nos tirou isso pois aqui ele recebeu o nome de “Anônimo”.

Hutch é uma pessoa com caráter, valores, um ex-combatente de guerra. É um pai que ama a sua família, é um bom irmão (RZA) e um filho exemplar para o pai (Christopher Lloyd) que está no asilo – e que conhece todos os fantasmas que Hutch esconde dentro do armário.

Nobody Cast & Character Guide | Screen Rant

Ele é aquele “ninguém” que vive uma rotina exaustiva e entediante, casado com uma esposa (Connie Nielsen) bem sucedida que reflete na sua auto estima e no fracasso dele com o emprego atual. A esposa vai para o trabalho com carro, ele precisa pegar ônibus. A esposa tem uma agenda apertada, ele tem tempo para cozinhar o café da manhã para os filhos embora sempre esqueça de colocar o lixo para fora.

A feição “triste” e “séria” de Bob Odenkirk (Better Call Saul, The Post, Breaking Bad) é a cereja do bolo. O ator reforça aqui a sua versatilidade ao interpretar qualquer tipo de personagem em qualquer circunstância em que se encontra. Você verá aqui um Odenkirk que nunca viu antes.

Nobody - Plugged In

Lembra do roteirista que mencionei lá no início? Bem, aqui ele repete a fórmula que tem dado muito certo para John Wick: um protagonista que vive sua vida calma e triste até que é perturbado por um evento bem específico – e, aos olhos de alguns, um gatilho bem simples. Daí a narrativa vai se desenvolvendo e conectando pontos ao mesmo tempo que as convicções do protagonista vão sendo reforçadas e a ação “come solta”.

Mas há um elemento novo aqui: Hutch tem um certo sadismo, um prazer em colocar um pouco de ação em sua vida. Ele chega a pedir à Deus para que coloque em seu caminho pessoas de caráter duvidoso só para que ele precise usar toda a sua raiva canalizada.

Lembra do diretor russo que mencionei lá no início? Esse fator foi importante – e talvez até influente – para que muitos dos problemas enfrentados por Hutch venham da máfia russa. A máfia, aqui, não está necessariamente envolvida com coisas escandalosas: existe uma motivação “altruísta” e uma perspectiva humanizada do principal vilão interpretado pelo ator russo Alexei Walerjewitsch Serebrjakow.

É um filme muito agradável para assistir e fiquei apaixonada, tal como sou por John Wick. O Tio Ali me recomendou esse filme usando unicamente essas palavras “é do mesmo roteirista de John Wick” e bastou isso para que eu respondesse “Say no more” e já procurasse o filme. Ok, isso torna minha crítica extremamente parcial mas sinceramente, o filme é bom mesmo e as pessoas deveriam estar falando MAIS DELE.

Ah, o elemento “pet” também está aqui mas dessa vez nenhum animalzinho precisou morrer para justificar a violência de Hutch.

O filme estreou no streaming UWatch dia 15/04 (olá VPN) e chegará aos cinemas, ao que tudo indica, dia 21/05 (essa data pode ser alterada).

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