Mickey 17 | O pior lado do ser humano
- Paula Geek
- 3 de mar.
- 3 min de leitura
Saudações queridos nerds! 'Mickey 17' chega aos cinemas no dia 06 de março e traz muito conteúdo para ser usado em analogias e pesquisas sobre o comportamento humano.
É perceptível que Bong Joon-ho tem uma forma peculiar de criticar o comportamento humano ao dominar outras espécies e até mesmo a própria espécie. Pois como vimos em algumas de suas obras como 'Parasita' (2019) e 'Okja' (2017), 'Mickey 17' segue essa mesma linha de linguagem, roteiro e crítica.
Ficou curioso para saber como a vida de 17 Robert Pattinsons pode ser interessante? Vem comigo que vou falar um pouquinho desse longa intrigante SEM SPOILERS.

Os Mickeys Descartáveis
Como dito no trailer, Mickey se inscreveu em um programa para se tornar um "Descartável", onde ele passaria por lugares e situações perigosas e quando morresse seria reimpresso um novo Mickey com as mesmas memórias. A desculpa dos políticos e cientistas para esse processo, era de que graças aos sacrifícios dele, a humanidade poderia avançar e conquistar.
Porém, as situações em que é submetido, são as mais bizarras possíveis e é facilmente associado aos experimentos feitos em animais, para testar cosméticos, comidas, vacinas, entre muitas outras coisas que, com certeza, não foram assertivas logo de primeira. É interessante observar, que na realidade proposta por Joon-ho, mesmo Mickey sendo humano, expondo seus sentimentos e dores, ainda assim os responsáveis pelo projeto e cientistas não sentem nenhum remorso, tudo presos a premissa de que será pelo bem e o avanço da humanidade.
Além disso, percebemos também o quanto os políticos manipulam as informações para mostrar aos outros que tudo aquilo é para um bem maior, parecendo até o comportamento de um histórico homem que sacrificou vidas de religião diferente mostrando ao povo dele que tudo aquilo era para o avanço da sociedade e tanto esse fato histórico real quanto no filme, ninguém faz ideia das atrocidades que estavam sendo feitas.

Invadir e Conquistar
Há anos sabemos que o mundo é palco de muitas situações de invasão e conquista. Quando europeus e americanos invadiram e conquistaram os nativos, por exemplo, algo que vemos em filmes como 'Spirit O Corcel Indomável', 'Pocahontas' e filmes de Velho Oeste. Com o avanço da tecnologia, os cineastas já começaram a imaginar o ser humano conquistando outros planetas e é claro, a base da invasão, como vimos em 'Avatar'.
Em 'Mickey 17' vemos como o ser humano é destrutivo, ele não se importa em saber se o nativo do planeta/local é bom, ruim, o que ele pensa, o que ele está sentindo por ter seu território invadido por alienígenas, que são os próprios humanos, nesse caso. Simplesmente viu que é diferente ou estranho, decide então eliminar e como se não bastasse, também constranger e torturar em busca de algo na pele ou no corpo que possa servir de benefício para a existência humana, ou melhor, da espécie que estes "seres superiores" julgam valer mais que as outras.

Vale a pena ver 'Mickey 17' nos cinemas?
Vale sim, é um filme que te faz refletir. Apesar de causar muita angústia e não suavizar em nada os comportamentos e atitudes bizarras de Kenneth Marshall (o líder do projeto), interpretado por Mark Ruffalo, e sua equipe de pesquisa.
Joon-ho já estabeleceu um padrão em suas obras, retratando a realidade com situações fictícias e de forma bem explícita, mostrando o quanto o ser humano pode ser cruel, insensível e ganancioso.
É isso nerds! O longa conta com grandes atores, que entregam um ótimo trabalho. Robert Pattinson também mostrou o quão talentoso é ao dar vida à diferentes Mickeys, pois cada uma deles, mesmo sendo ele e com as mesmas memórias, chega com comportamentos e atitudes diferentes e ele entrega essa diferença de seus personagens através de sutilezas, como seu jeito de andar, falar, postura, entre outros.
Um abraço e que a Força esteja com vocês!

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