top of page

Maniac I Crítica

“Quando as forças da natureza convergem, sejam colisões astronômicas ou uniões biológicas demonstram o potencial infinito de nossas conexões. Essa verdade também se estende ao coração humano.”

Sim seus “Geek maluco”, já temos uma nova série para chamar de nossa: Maniac.

E, acreditem, vocês ficarão maníacos (como eu já fiquei) ao iniciarem esta mais nova jornada proporcionada pela Netflix. A minissérie é baseada em uma série norueguesa criada, dirigida e estrelada por Espen PA Lervaag e Håkon Bast Mossige em 2015. A versão americana criada por Patrick Somerville é dirigida pelo conceituado Cary Joji Fukunaga e estreou em 21 de Setembro de 2018 na Netflix.

A série, que mescla drama e comédia, conta com elenco grandioso: Emma Stone (Annie Landsberg), Jonah Hill (Owen Milgrim), Justin Theroux (Dr. James K. Mantleray), Sonoya Mizuno (Dr. Azumi Fujita) , Rome Kanda (Dr. Robert Muramoto), Hank Azaria (Hank Landsberg) , Gabriel Byrne (Porter Milgrim) e Sally Field (Dr. Greta Mantleray/GRTA).

Os dois protagonistas vividos por Emma e Jonah tem vidas muito distintas, mas, apresentam em comum um sofrimento que não conseguem exprimir em palavras e transmitem uma constante sensação de desajuste e falta de perspectiva em suas vidas.

Annie (número 9) uma jovem que tem uma vida aparentemente vazia demonstra uma raiva incontida e uma necessidade de desafio incontrolável. Ela usa um medicamento muito específico para tentar aliviar a sua dor e tentar fugir da realidade. Já Owen (número 1), vem de uma família muito rica de New York ,porém, desajustada. Além de ter em seu passado uma internação psiquiátrica ele precisa lidar com constantes delírios e alucinações no seu cotidiano. Ambos levam uma vida solitária e se consideram infelizes.

A estória se passa numa New York onde coexistem tecnologias avançadas, mas, com uma “pegada” cyber punk e bastante saudosismo. Com direito a muito neon, computadores gigantescos, teclados iluminados, mullets, roupas flúor, referências oitentistas e humor negro.

Um grupo de pessoas (os ímpares) é selecionado para participar de um experimento da empresa Neberdine Farmacêutica e Biotech. O ensaio da ULP, que encontra-se na Fase III , é conduzido pelos Doutores Robert Muramoto, James K. Mantleray e Azumi Fujita e tem como proposta ser um substituto da terapia à moda antiga, uma vez que partem da premissa de que a dor pode ser destruída e a mente pode ser solucionada, levando assim à cura.

Para conseguirem seus objetivos os cientistas criaram um computador inteligente (o GRATS ou Gertie) que conduzirá as diferentes fases do experimento. Os participantes devem ingerir 3 pílulas que equivalem aos estágios que os conduzirão para a cura (será?). A primeira é a pílula A (Agonia) que serve como rastreador de traumas e sofrimentos, em seguida a pílula B (Behaviorismo) que identifica mecanismos de autodefesa criados pelo cérebro e por fim a pílula C (Confrontação) que finalmente trará a “cura” para o sofrimento. Passando por este caminho o computador conseguirá identificar os traumas, mapear o cérebro e criar um sistema mais eficiente e adequado para os participantes “renascidos” ao final do experimento.

A série traz muitos paralelos com processos terapêuticos tradicionais tanto da Medicina/Psiquiatria quanto da Psicologia e também Psicanálise. Muitos arquétipos do campo da Psicologia e Filosofia são abordados e, mesmo que você não consiga nomeá-los e identificá-los instantaneamente, conseguirá fazer a correlação com algum campo de sua vida. (veja bem, estou tentando ao máximo não dar spoilers aqui…)

Os protagonistas revivem os seus maiores traumas (referentes a profissão, relação parental, insegurança, covardia, fragilidade, bizarrices, luto, estrutura familiar…) em diversos ambientes e épocas (era medieval, anos 80, anos 40…) na tentativa de buscar seu “eu interior” e entender quem de fato são.

A visão que a série traz sobre o sofrimento, as emoções, as reações e as relações humanas é divina! Ao mostrar e abordar o que é dito normal ou o que parece ser normal em contrapartida ao que é considerado patológico, nos incita a refletir sobre terrores primitivos e culpas que não externalizamos e, por isso, não resolvemos nossos problemas, ficamos estagnados. As pessoas preferem viver fingindo que nada aconteceu para não terem que admitir a culpa por tudo de errado que acontece em suas vidas. Vivendo desta maneira, não usam o cérebro para fazer o que ele se propõe: fazer com que a vida tenha sentido.

Maniac é uma série que nasceu para o sucesso. As atuações são irretocáveis, Jonah interpreta com primazia, Emma nos emociona, Justin está impagável (me surpreendi positivamente, estou obcecada por ele!) e Sally rouba a cena em todas as suas aparições. (Sally sendo Sally, né?)

Design de produção, objetos de cena, figurino, fotografia, efeitos visuais, roteiro, atuações, direção…tudo na mais perfeita harmonia! Como já citei anteriormente, Sucesso! Aguardemos os prêmios!!!

Estou apaixonada pela série! Vale muito a pena assistir.

“Todas as almas buscam se conectar. Nossas mentes não tem consciência dessa busca.”

Sirvo 10 pães de queijo na fantasia e na realidade para Maniac!!!


0 visualização0 comentário

Comentarios


bottom of page