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  • Foto do escritorYzza

Live fast, die clown: o novo figurino de Arlequina

O primeiro filme Esquadrão Suicida (2016) tinha tudo pra ser um ótimo filme, afinal trazia ótimas personagens, interpretadas por atores e atrizes brilhantes, e com a possibilidade de um roteiro completamente non-sense. Infelizmente o filme foi uma decepção em vários aspectos e muita gente saiu do cinema bem frustrada.

Dos vários problemas que o filme tem um dos que me chamou mais a atenção foi a caracterização da estrela do filme: a Harley Quinn, Arlequina na versão brasileira, tem um figurino completamente destoante das funções que ela exerce no filme, além de romper com a imagem já consolidada da personagem. Inspirado no ícone do punk rock Debbie Harry, o figurino era composto por uma camiseta de malha branca, um short extremamente curto e botas de salto alto, ou seja, totalmente inadequado para alguém que está indo lutar pra salvar o mundo. As cores também foram alteradas, do tradicional preto e vermelho passou-se a utilizar azul e rosa. Ainda assim, foi uma das fantasias mais usadas em 2015 e 2016.

Além disso, o filme contava com cenas desnecessárias da personagem trocando de roupa e ângulos de câmera que a erotizavam de maneira excessiva. Vale ressaltar que as demais personagens, mesmo a Katana, outra personagem feminina, tinham uma caracterização mais adequada e referenciada nas outras mídias, como hqs e animações.

Essa semana aconteceu a estreia de Esquadrão Suicida 2, que além de ter um roteiro genial, com todo o non-sense que as personagens pedem, ainda trouxe uma caracterização muito mais bem trabalhada. Na primeira parte do filme, a Harley usa calças, um corset estruturado, uma jaqueta e coturno (sem salto), todos em um material que remete a couro e nas cores tradicionais, em um figurino que remete muito ao da personagem no jogo Arkham City. A caracterização é convincente, adequada ao combate ao mesmo tempo em que compõe o enredo de “super-vilões salvando o mundo” e ainda assim consegue ser “sexy”.

Outra mudança importante no figurino é em relação aos acessórios e às frases escritas, enquanto no filme de 2016 todos os escritos demonstravam certa submissão ao Coringa: “daddy’s lil’ monster” (“a monstrinha do papai”) na camiseta, Puddin (apelido pelo qual a personagem chama o vilão) na coleira e “property of Joker” (propriedade do Coringa) na jaqueta; no filme de 2021, a frase apresentada é “live fast, die clown” (viva rápido, morra palhaço) na parte de trás da jaqueta, uma versão palhaçal de “live fast, die young” (viva rápido, morra jovem) que é popularmente usada com sentido de “viva o agora sem se importar com as consequências”.

A partir de certo momento, Harley passa a usar um vestido vermelho longo, justificado pelo roteiro, e, apesar de não ser a vestimenta ideal para os combates físicos que a personagem encara, seu uso é muito bem trabalhado. A personagem chega a rasgar o vestido, mas a cena não é sexualizada como poderia se pensar, e serve ao propósito da cena ao usar o tecido como arma. O filme também mostra como ela se apropria de um coturno militar na cena de fuga, demonstrando a funcionalidade do figurino.

Quem acompanha a personagem sabe que ela tem esse lado sedutor, apesar da personalidade quase infantil, e isso aparece no filme sem apelar para nudez ou poses e ângulos ginecológicos. O novo filme demonstra que a equipe envolvida não só conhece bem as personagens, como também as respeita.

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