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Crítica: Drácula: A Última Viagem de Deméter

Depois de várias adaptações do clássico livro Drácula de Bram Stoker, A última viagem de Demeter chega com uma abordagem um pouco diferente e ousada da história. Ao invés de fazer uma adaptação completa do livro, o filme opta em adaptar somente o capítulo 7 do livro (pouco explorado em outras adaptações), que foca nos diários de bordo do capitão do navio que transporta conde Drácula e seus caixotes de terra até a Inglaterra.

Trata-se de um capítulo muito interessante do livro, pois o fato de Drácula acordar todas as noites para se alimentar da tripulação do navio, proporciona um tom de mistério incrível a leitura, apresentando os tripulantes extremamente confusos e desconfiando um do outro, sem ter a menor noção do que de fato está acontecendo.

Além do potencial do material base, o diretor do longa ainda disse que seu filme teria uma leve inspiração em Alien (o que fica bem claro em algumas passagens do filme), pois ambos os filmes, tem uma tripulação presa em um ambiente claustrofóbico presa com um monstro. Porém, assistindo o filme dá para dizer que a única semelhança entre essas obras fica por aí mesmo. Se eu tivesse que definir “A última viagem de Deméter” em uma palavra, seria DESPERDÍCIO! É até difícil de entender como conseguiram estragar algo que, em tese, seria fácil de se fazer.

Dá para notar que a direção do filme até tenta se esforçar trazendo alguns planos interessantes, inclusive nas várias vezes que precisam “esconder” o Drácula nos ambientes escuros do navio. O design mais monstruoso da criatura (que lembra muito Nosferatu) e vê-la se esgueirando pelos cantos é até legal, mas o roteiro puxa o filme para baixo o tempo inteiro. Não dá para aceitar que Drácula fique “escondido” no navio durante o dia e os tripulantes não fazem o menor esforço para procurar a criatura, e quando resolvem fazer um plano, eles o executam a noite, justo quando Drácula está em pleno vigor.

O filme não agrada como terror, não traz personagens interessantes e com o passar do tempo vai ficando tediante, ainda mais por sabermos que isso é literalmente o meio da história e que Drácula não vai ser derrotado. Quando chega o “confronto final” espera-se que pelo menos vão criar algo inteligente para se livrar do monstro, mas infelizmente não, pois nem isso o roteiro soube fazer direito.

Se você quer ver algo interessante sobre Drácula as melhores opções ainda são o clássico de 1931 da Universal e o maravilhoso Drácula de Bram Stoker de 1992, porque A última viagem de Deméter é sofrível!

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