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3 adaptações fieis às obras originais

Saudações queridos nerds!

Sabemos que o mundo da adaptação não é fácil, afinal, existe uma geração de fãs que estão com as expectativas totalmente elevadas, ansiosos para ver os seus personagens favoritos ganhando vida na tela do cinema e se tornando ainda mais reais. O que muitas vezes, acaba gerando o oposto.

Ah, e aposto que estão me chamando de louca ao colocar a foto da Arlequina de capa para essa matéria. Mas peço muita calma nessa hora pudinzinhos, vou explicar tudinho pra vocês!

Você pode encontrar o vídeo dessa matéria no meu canal do IGTV e os vídeos de várias outras matérias e com convidados que falamos um pouquinho sobre assuntos relacionados ao universo geek. Ao final do vídeo dessa matéria eu trouxe algumas dicas de adaptação de apresentações em palco, vai lá conferir.

Então, trago hoje para vocês, 3 adaptações que possuem características diferentes e que, com certeza, você se lembrará de outras adaptações que seguem o mesmo padrão.

1ª – Harry Potter

Os filmes foram uma febre quando foi lançado na primeira década dos anos 2000. Fomos apresentados ao universo bruxo de Hogwarts com suas crenças, regras, lendas e cotidiano de forma que todo mundo queria muito receber a sua cartinha de Hogwarts aos 11 anos de idade.

Demorei muitos anos para ler os livros, logo, fui consumidora apenas dos filmes e nesse tempo eu já tinha figurinhas, a minha casa de Hogwarts definida (Sonserina) e só então li os livros. 

Quando fazemos a trajetória inversa, é comum encontrarmos uma outra história nos livros, uma melhor do que foi apresentada (como no caso de Percy Jackson, por exemplo) ou uma leitura maçante que faz você gostar mais dos filmes (o caso de Senhor dos Anéis para uma parte da população).

No caso de Harry Potter eu tive o imenso prazer de viver a mesma história que vivenciei nos filmes, não teve nada ao contrário, cenários fieis às descrições do livro e atitudes e descrições de personagens não foram trocadas. Claro que algumas coisas foram cortadas, mas nada que influenciasse tanto a história ou mudasse o contexto, afinal, temos que lembrar que em uma adaptação, ela deve ser feita para atingir um novo público e deve se encaixar nas regras dessa nova mídia (filme, game, etc.)

Algumas coisinhas minúsculas foram deixadas de lado, como a humanização e o arrependimento de Draco Malfoy. Tem uma cena pequena no livro de uma conversa de Draco com seus amigos no trem, ele está deitado com a cabeça no colo de uma menina e ele fala sobre as dificuldades enfrentadas em casa por causa da presença de Voldemort. Nessa cena percebemos que tudo o que ele queria, era ter uma vida adolescente normal dentro de seu universo. Isso explica muitas atitudes “covardes” dele ao longo do filme.

2º – Jogos Vorazes

Uma das adaptações mais perfeitas que encontrei até hoje! 

Provavelmente pelo fato de o livro conter poucas páginas e se em primeira pessoa, a adaptação pôde explorar todos os detalhes ao passar para o filme.

Nesse caso, já tive a experiência padrão: li os livros e depois assisti aos filmes e a mesma coisa que foi lida eu consegui vivenciar nos filmes. Tudo acontecia exatamente igual! Só uma coisinha que ficou por desejar: eles mudaram a forma como Peeta e Katniss decidiram se casar, colocaram como se fosse um plano da própria Katniss, quando na verdade era uma jogada de marketing do Presidente Snow. Totalmente desnecessária a mudança já que haviam produzido a cena exatamente igual, só precisavam acrescentar uma frase, mas não foi feito.

O grande diferencial de Jogos Vorazes, foi trazer cenas que não são mostradas no livro, mas que são de extrema importância para um filme. Como o livro é contado em primeira pessoa, o filme acabou explorando o lado da organização dos jogos, o lado que Katniss não vê. Isso acabou enriquecendo a obra e dando gosto em consumir ambas as mídias.

No mais, todos os cenários e roupas foram apresentados exatamente como estavam descritos no livro e todas as cenas trouxeram a mesma emoção experimentada na leitura como:

  1. a transformação do vestido de casamento de Katniss – onde ela gira, o vestido branco pega fogo e se transforma em um vestido preto incrível. A cena realmente supriu as expectativas e deu arrepios.

  2. a morte do estilista antes da Katniss subir ao palco – a cabine de Katniss travou antes que ela pudesse subir e o seu estilista foi morto bem na sua frente. A cena ficou tão forte quanto foi descrita no livro e até pior de ser vista do que imaginada. 

  3. a sala de rosas do Snow – por envenenar todos que tentavam tomar o seu lugar na presidência, Snow tinha uma sala com rosas brancas para disfarçar o cheiro de veneno. A sala era tão bela quanto foi descrita no livro.

  4. a morte da nova Presidente e as risadas do Snow – Katniss surpreende a todos matando a nova Presidente ao invés de acertar o velho Snow. A cena foi exatamente como descrita nos livros, até mesmo a risada pesada de Snow.

  5. Peeta se oferecendo como tributo no segundo filme – a cena ocorreu exatamente da mesma forma, com as reações exatas, roupas e posicionamento.

  6. As casas dos campeões – a vida boa que ganham ao vencer os Jogos Vorazes, tudo estava perfeitamente montado como descrito no livro.

Aqui percebemos um trabalho 10/10 de adaptação, onde o diretor percebeu que seguir tudo como está no livro não faz mal a ninguém.

3º – A trajetória da Arlequina 

E é agora que vocês me chamam de louca!  Mas podem ficar tranquilos que vou explicar porque quis colocar a Arlequina aqui entre uma das adaptações fieis, mesmo tendo muitas outras para falar, como Nárnia e o Hobbit, por exemplo.

A Arlequina é uma personagem antiga onde sua única adaptação se limitava apenas nas animações do Batman, e ela não era uma personagem tão popular devido ao seu relacionamento doentio com o Coringa.

Sua primeira aparição no cinema foi em “Esquadrão Suicida” e ela foi muito mal representada. Muitos fãs da palhacinha se sentiram envergonhados ao ver aquela Arlequina totalmente sexualizada e que vivia uma história de amor muito romantizada e levemente doentia com o Coringa, se tornando a famosa “garota de bandido”. Estava claro que não foi feito um devido estudo da personagem ao produzir o filme, não só ela, mas vários personagens ali presentes não atingiram a expectativa dos fãs.

Depois do filme, a Arlequina sofreu muitas mudanças nos quadrinhos, o que também incomodou, pois precisaram criar todo um contexto novo para inserir a personagem no gosto dos fãs novamente.

Então, a maravilhosa atriz Marggot Robie, que estudou a personagem completamente para estreá-la na história do cinema, decidiu trazer para nós um filme que trouxe a verdadeira Arlequina de volta: Aves de Rapina – Arlequina e sua emancipação fantabulosa.

O filme não é excelente, ele é um filme legal e divertido para assistir nas horas vagas, mas ele trouxe toda a essência da Arlequina dos quadrinhos de volta, onde mostra:

  1. um Coringa babaca que não se importa com ela.

  2. uma garota forte e de atitude que, se quiser, consegue ser melhor que o Coringa e acabar com ele.

  3. uma louquinha que tenta mostrar que não precisa do Sr.C (ela ainda o ama, mas trabalha duro para poder esquecê-lo e seguir em frente).

Quando o trailer foi lançado, vimos a essência dela nas lutas, em suas acrobacias, nas falas, nas roupas (sem o clássico vermelho e preto, é claro, mas ainda assim dentro do estilo dela dos quadrinhos) e no comportamento. Mostrou o quanto a Arlequina é tratada como lixo pelo Coringa e como todos a odeiam e querem usar ela para os seus planos achando que ela não passa de uma bobinha (sim, essas coisas acontecem nos quadrinhos).

Outra adaptação que trouxe a essência verdadeira da Arlequina dos quadrinhos foi o desenho HarleyQuinn da DC Comics, onde mostrou mais uma vez o relacionamento doentio em que ela vivia. Foi praticamente uma transição para chegar na situação em que ela está em Aves de Rapina. Onde é perceptível sua transição e que ainda manteve suas cores clássicas, mostrando que seu antigo uniforme remetia a um passado que ela estava tentando deixar para trás para conquistar sua independência.

Eu recomendo essa animação que não tem nenhuma censura e nos mostra o passado da Arlequina e como ela vai lidar com seus traumas e inseguranças nessa nova etapa da sua vida. Ah e quando falo sobre a essência dela, é referente às revistas clássicas e não às novas adaptações do quadrinho criadas para justificar o Esquadrão Suicída.

E é isso nerds! Depois me contem mais adaptações que vocês ficaram felizes de terem sido feitas com tanto carinho e cuidado, adoraria conhecê-las!

Um beijo e que a Força esteja com vocês!

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